Fanfic Cephei Capitulo 07 – E se eu pudesse invadir a sua mente?
Fanfic Cephei Capitulo 07 – E se eu pudesse invadir a sua mente?
As últimas palavras de Augusto me reviraram o estômago.
- Então... – Engoli em seco – Um já foi capturado.
- Foi difícil, mas conseguimos dar conta – Pedro parecia exausto.
Vi um machucado em seu rosto e um no antebraço.
- Esse garotinho foi o mais fácil, presumo – Sarah me olhou estranho
– Está tudo bem?
- Claro! – Falei rápido demais – Porque a pergunta?
- Está abatido.
Fiquei em silêncio e congelei.
- Ele desmaiou e acordou a pouco – Angela falou inocentemente.
- Esquisito esses desmaios – Augusto disse tão despreocupado que não
encarei isso como uma ironia.
- Talvez deva ser apenas fraqueza, vou fazer uma vitamina para você
– Sarah abriu um sorriso simpático e saiu de onde estava.
Um silêncio sem graça tomou conta do lugar.
- Noticias da Sandra? – Era a única coisa cabível de se perguntar.
- Ela foi para a costa leste buscar alguma informação, sondar, sei lá
– Pedro estava empolgadíssimo – Impressionante não acha? Não somos portadores e
estamos ajudando no Cephei, acho que isso nunca aconteceu, já vejo meu nome nos
livros de história! – Os olhos dele brilhavam.
Augusto riu e depois sorriu.
- Lamento acabar com a sua alegria, mas creio que o Cephei é um
evento que deva ficar em segredo.
- Por quê? – Pedro fez a pergunta que eu iria fazer.
- Não sei, mas Cephei apenas
é lenda, boato de boca a boca, nada real, mas por quê? – Ele viu que ninguém
entendeu – Não sabemos nada do Cephei passado e creio que o próximo Cephei eles
não saberão e nós, seremos lendas apenas, pequenos retratos estampados no
saguão dos portadores.
O desânimo no rosto de Pedro era nítido.
- Acho que entendi.
- Não fique cabisbaixo, creio que uma imagem sua na parede será
digna, hoje você mostrou mais do que ser um excelente treinador.
- Jura?
- Claro!
Os olhos dele brilharam novamente.
Enquanto eles debatiam essas coisas, resolvi deixar o
recinto seguido de Angela. A pequenina virou a minha sombra desde que cheguei
aqui. Eu de certa forma não achei ruim, é bom ter alguém para conversar.
A questão de possuir um Darkrai agora mudava tudo. Eu
era o portador de um dos que seria capturado, mas eu não vejo o porquê. Nunca
desejei mal a alguém... O Gorebyss macho (Lembram?), mas esse era diferente,
apenas imaginei ele esgoelado com aquele cachecol ridículo...
Desviei a minha mente destes pensamentos e tentei
buscar uma associação minha dentro do que estava acontecendo. Era nada mais
nada menos do que um conflito de interesses. O que eu estou fazendo aqui pode
não ser o mesmo que o Darkrai espera de mim. Será? Independente disso, eu fazia
parte do Cephei.
Bem feito.
Pensei. Eu queria uma aventura não era? Arrumei uma!
No fim da tarde, todos estavam lá quando Adrian
acordou completamente apavorado e confuso, nos olhando completamente perplexo.
- Por que estou aqui?
Augusto como “líder” tomou a frente para responder a
pergunta.
- Está tudo bem agora?
- Onde esta o Kyurem? Vocês machucaram ele?
- Fique calmo garoto – Sarah sentou perto da cama – Passou!
- Vocês não entendem, ele não queria fazer o mal.
- Mas ele fez! – Augusto foi rígido, acho que esqueceu que estava
falando com uma criança.
Houve um instante de silêncio.
- Onde ele está?
- Seguro! – A veemência de Augusto estava estranhamente passando a
me enojar.
Eu fiquei ali, sentindo uma sensação estranha. Eu
tinha visto tudo o que o menino fez, congelar cidades, atacar o campo de
Nimbasa e isso não poderia ter uma explicação sensata, mas de certa forma, o
ver ali me fazia pensar. Um garoto desse jamais iria saber o que era ruim e o
que era bom.
- Eu estava só tentando ajudar ele...
E foi ai que eu senti uma pontada na testa, mas tentei
manter a postura apesar da dor latejante.
- De manhã vamos levá-lo para casa – Augusto fez sinal para todos
saírem, mas eu fiquei – Igor, por favor, deixe-o ai.
- É só um garoto Augusto, eu lidei com vários nas excursões para o
templo de Snowpoint, me dê um minuto com ele e eu vou tranquilizá-lo ou tentar
descobrir alguma coisa.
Augusto e Sarah se olharam e depois olharam para mim.
- Tudo bem, mas tranque a porta ao sair.
Eu me virei para o garoto e disse a única coisa que eu
jamais diria em uma situação como essa.
- Eu vou te ajudar!
* * *
Sai do quarto e me deparei com Pedro que estava de
braços cruzados no corredor.
- Igor, você esta estranho, o que está ocorrendo?
- Nada, é só um garoto que precisava de alguém para conversar – E o
ignorei seguindo pelo corredor.
Ele me seguiu, inconformado.
- Você ficou mais de trinta minutos ali dentro.
- E qual o problema? – Simplesmente sai para meus aposentos e o
ignorei.
No jantar, todos falavam como loucos, um depois do
outro. A garota de olhos puxados que era a portadora do Articuno era a única
que apenas ria e ficava envergonhada. Já o jovem que não largava o Shaymin,
comia compulsivamente.
Eu era o único em silêncio. Vi Sandra levantar para
levar comida ao garoto. Pensei em ir junto, mas eu não iria fazer isso, iria
dar muitas pistas.
Depois da janta, eles simplesmente foram aos campos
lutarem... Claro, sem usar seus lendários.
Angela apenas olhava, ela havia me dito que não
gostava de lutas, pois não era boa. Pensei em desafiá-la, mas achei melhor
assim. Deixei ela se sentir deslocada um pouco.
Era cruel eu pensar assim e nem sabia o por que eu
estava fazendo isso, mas simplesmente achei melhor, eu tinha outros planos para
ela.
Fui rápido para o meu quarto e não dormi, olhava as
cinco Pokébolas, uma seguida à outra e pensei... Eu tenho vários Pokémon e
quase não os uso, essa noite eu teria essa chance!
Fiquei sentado, com os olhos abertos. Quando o relógio
apontou três horas, eu levantei e sai do quarto.
Segui pelos corredores até o altar que armazenava as Pokébolas
dos lendários “cruéis”, que para mim, estava mais como um conto de fadas fútil
do que real.
A cápsula no qual a Pokébola de Kyurem estava, não
conseguia abrir com a mão. Tentei lembrar como Augusto a Armazenou ali...
Simplesmente colocou e fechou, simples.
Joguei meu Camerupt e o Snover. Eles me olharam e
simplesmente entenderam. Enquanto um jogava Brasa, outro mandava o vento
gelado. O impacto das duas temperaturas fez o gelo trincar. Mandei o Shelmet
que se lançou contra o vidro o quebrando.
Retornei os três, peguei a Pokébola e caminhei pelos
corredores sem pressa, sem medo de ser descoberto, sem receios, eu não estava
com medo!
Lancei meu Joltik e ele simplesmente deu uma
sobrecarga no local, fazendo com que todas as lâmpadas queimassem!
O Raikou poderia sentir? Talvez não, ele mal sentiu
meu Joltik no dia que entrei pela primeira vez, foi o contrario!
Abri a porta do quarto em que Adrian estava. O vi
sentado na cama, me esperando como combinamos.
Entreguei a Pokébola para ele e recebi um abraço em
troca. Mantive a postura e seguimos pelo corredor tranquilamente.
- Espere, estamos esquecendo uma única coisa...
* * *
Augusto foi o primeiro a acordar, estava suando frio,
havia tido um pesadelo horrível e por mais que quisesse acordar, não conseguia.
Tentou acender a luz, em vão. Seguiu pelos corredores
sonolento onde os demais saiam de seus aposentos, tão eufóricos como ele.
- Eu tive um pesadelo horrível – Disse Sarah ofegante.
- Eu também! – Confirmou o portador do Raikou.
Augusto notou o que havia acontecido.
- Darkrai!
Saiu correndo feito um doido até o templo onde
armazenavam os lendários resgatados. A Pokébola não estava lá, nem Adrian.
- O levaram! – Ele disse completamente irritado – Os portadores dos
lendários o levaram.
Sarah o olhou de uma forma triste.
- Não foi só ele que levaram – O olhar dela era de completo pavor.
- Quem levaram? – Perguntou Pedro assustado.
Ela deu uma pausa e disse o que precisava.
- Igor e Angela também!
* * *
Eu caminhava pela floresta com os dois ao meu lado.
Adrian estava firme e sorridente com a sua Pokébola, agora Angela, coçava o
olho com muito sono.
- Para onde estamos indo Igor? Está tarde!
- Tudo bem Angela, passou, vamos para um lugar mais tranquilo – Eu
simplesmente disse como se soubesse para onde ir... Eu sabia, mas ao mesmo
tempo eu não fazia ideia.
Adrian parecia feliz carregando apenas suas duas Pokébolas
na cintura e segurando seu Litwick no colo iluminando a noite e meu Camerupt na
frente se preparando para qualquer coisa.
Me deu um estalo e chacoalhei a cabeça. Olhei para os
lados e não entendi absolutamente nada, o que eu estava fazendo? Será que
Darkrai estaria influenciando nisso? Será que ele estava na minha mente me
guiando? Será que Kyurem fez o mesmo com Adrian? Mas isso não teria o menor
sentido...
Tentei por a mente no lugar e tentar entender o que
estava acontecendo.
- Adrian... – Ele me olhou – Qual a sua ligação entre Kyurem? O que
eles nunca iriam entender?
Adrian abriu um sorriso, talvez feliz por eu tê-lo
salvo ou talvez apenas por confiar em mim.
- Kyuren fala comigo às vezes em pensamento, ele me diz o que tenho
que fazer.
- Por que então atacar o aeroporto de Mistrelton e o estádio de
Nimbasa?
Ele abaixou a cabeça, triste.
- Foi um acidente.
- Acidente? – Angela achou a resposta estranha.
- Isso... Muita gente me viu com o Kyurem e jornalistas e curiosos
começaram a pousar muito em Mistrelton, então, Kyurem quis congelar a pista,
mas a força dele é forte demais, ele não conseguiu simplesmente congelar um
espaço, a ventania fez com que a cidade nevasse muito.
A explicação era plausível.
- E o estádio? – Era só o que eu poderia perguntar.
- Bom, tentamos sair da cidade depois do ocorrido, mas fomos
atingidos por treinadores com Pokémon voadores que queriam uma batalha conosco,
mas Kyurem queria fugir comigo e me manter em segurança, recebemos inúmeros
ataques, mas Kyurem não atacou de volta, ele não queria machucar ninguém...
Então, caímos no estádio de Nimbasa, mas como ele estava ferido, não
conseguimos sair de lá, o lugar é fechado, não tem saída para um Pokémon
daquele tamanho.
- E porque não o retornou?
- Ele caiu em cima dos separadores do campo, se machucou muito e eu
tentei ajudar, mas enfurecido com a dor, ele lançava sopros gelados para todo
lado... Para piorar, surgiram quatro garotos, um com o Mew, outra com Lugia, um
com Raikou e outro com uma Magmar e eu tentei fazer eles pararem, tentei
mesmo... – Os olhos dele encheram de água.
Apesar da historia ser bem complexa, tudo fazia
sentido e eu acreditava nele.
- Viu Igor, eu disse que não existiam lendários ruins.
Angela estava do meu lado, isso era ótimo. O problema
é que eu era um adulto, com duas crianças que carregavam Pokémon lendários e eu
no meio, sabendo de tudo!
Entramos na floresta e nos escondemos em um espaço
vazio, mas bem camuflado para que Lugia, Articuno ou qualquer outro pudesses
nos ver, o que me preocupava era Raikou e sua velocidade estrondosa, mas sabia
que Darkrai podia cuidar disso se fosse necessário, até porque, ele ficou solto
todo esse tempo.
Acordei com uma fresta de luz que insistiu em
incomodar meus olhos. Angela e Adrian riam muito, falando sobre o que mais
amavam, Pokémon!
- Meu irmão é um excelente treinador e meus pais o vangloriam
demais, não sei... Queria ser como ele sabe... Apesar de me sentir mal em
pensar nisso.
- Eu sei como se sente.
Era triste, mas eles eram crianças e ser um portador
talvez fosse responsabilidade demais para mim, imagina para eles!
Em tão pouco tempo houve uma reviravolta enlouquecida.
Enquanto eu estava em uma epifania, Angela gritou me
tirando do transe me fazendo acreditar que tinham sido descobertos.
Mas, de dentro de onde estávamos, surgiu um Flabébé
amarelo que se escondeu rapidamente ao ouvir o grito da Angela.
Ela com remorso foi atrás da pequena criatura.
- Tudo bem amiguinha, eu só me assustei, desculpe!
O Pokémon fada saiu do esconderijo e veio rodopiando
próximo de Angela aceitando o carinho de desculpas de bom grado.
- Sempre bom fazer novas amizades.
Adrian era um garoto realmente muito curioso.
- Por que não tentar pegar ela Angela? – Ele disse sorridente.
Ela o encarou assustado.
- Não, eu não vou feri-la para poder pegá-la – Ela parecia
estranhamente assustada com a ideia de Adrian.
- O mundo é assim e creio que Flabébé quer saber se você realmente é
uma boa treinadora, não é? – Eu disse tentando acalmar a pobre garota.
Ela olhou a Flabébé que parecia contente com a
proposta apesar de tudo.
Angela era nova, inexperiente em combates e ter um
Rayquaza passou a ter mais sentido para mim, a pureza do Pokémon para acalmar
situações e impedir o desequilíbrio da terra e o mar era estrondoso, essa era
Angela.
Um pouco sem graça jogou seu Hoppip.
- Hoppip, investida!
O golpe fraco em um Pokémon leve que se lançou contra
Flabébé que pareceu se afetar pouco.
Flabébé rodopiou, segurou a flor mirando em Hoppip e
lançando um aroma adocicado meio irritante, ela estava usando o Fairy Wind!
Hoppip pareceu pouco afetado.
- Hoppip, pó paralisante!
Hoppip pulou pegando altura no ar e com a corrente de
vento lançou o pó sofre Flabébé que se contorceu um pouco com a paralisia não
conseguindo atacar.
Eu olhei Angela, ela suava, muito!
- Jogue a Pokébola Angela! – Adrian gritava empolgado como se
estivesse vendo uma luta explosiva de ginásio.
Ela lançou uma Heal Ball. Flabébé foi absorvida a Pokébola
mexendo uma, duas, três vezes a apitando. Adrian correu e a abraçou aliviando
um pouco a tensão da pobre menina.
Ela liberou o Pokémon e de dentro de sua mochila tirou
uma poção e uma semente que curava paralisia e entregou a Flabébé que
agradeceu. A tal atitude me garantiu uma maior admiração pela pequena garota.
- Tenho uma ideia, já que Flabébé conheça o lugar, pode nos guiar
floresta adentro até a cidade mais próxima? – Perguntei ajeitando a mochila.
O Pokémon pareceu concordar e já saiu por dentro do
lugar e nós a seguimos.
* * *
Raikou voltou rápido demais e rufou, negativamente.
- Nada Augusto! – Lamentou o pobre garoto.
- Eles conseguiram escapar, voltamos à estaca zero – Ela lamentou
inconformado – Levaram o garoto e ainda a pobre Angela e o Igor, como eles
descobriram o nosso segredo?
Pedro abaixou a cabeça.
- Não queria fazer isso, mas vejo que não há outra opção – Falando
isso ele teve a atenção dos demais – Igor estava estranho, tendo pesadelos...
- Acha que o portador do Darkrai o influenciou a revelar onde
estamos? – Sarah parecia estupefata.
- Não há sentido nenhum pessoal, quem os levou não estava lá fora,
veio aqui de dentro – Pedro respirou fundo – O portador do Darkrai não
influenciou o Igor a nada, porque tenho certeza que ele é esse portador!
Revisão: Rafha
Postado por
Unknown
às
09:00 em 25/03/2014
Sobre Unknown
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário será publicado após ser aprovado pela moderação.
Agradecemos a sua participação!