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Entrevista Mothim: Wallysson Lima do Couto


Oláá treinadores! 

Hoje vamos para o segundo post de entrevista, e para manter o nível alto, nada melhor que conversarmos com um multicampeão e jogador conhecido no cenário nacional de TCG, Wallysson ''Sonson'' Lima. 


Se você caiu nesse post de paraquedas, e não sabe o que está acontecendo xD, confira a primeira entrevista com a Carol de Nadai e fique ligado!

Conversamos com o jogador, velho de guerra, Wallysson Lima, mais conhecido como Sonson, e ele contou um pouco sobre sua vida pessoal e sobre sua história no TCG. 


Sonson tem 27 anos, é estudante de Engenharia Civil e está pouco mais de uma década ligado ao TCG. Mesmo com muito talento, ele optou por fazer uma graduação pouco ligada ao game e ao universo nerd/geek e deu seus motivos:

Escolhi esse curso por causa do meu padrinho que foi um engenheiro e infelizmente faleceu, ele me contava histórias sobre obras e querendo ou não ligamos isso para um lado financeiro, já que ele teve sucesso na profissão...

Ele completou falando um pouco do caminho que pegou antes de escolher em definitivo o curso:

... Corri atrás e fiz um caminho meio que inverso da maioria, resolvi trabalhar primeiro na área para ver se era o que realmente queria e sem dúvida não tenho o que reclamar. 
É claro que quando se tem grandes resultados, fruto de muita dedicação, a pessoa começa a se envolver um pouco mais com área, muitas vezes largando tudo e focando 100% naquilo, porém Sonson listou alguns fatores que fez com que ele não ficasse focado apenas no TCG:


Tive meu filho em 2012, o jogo começou a ficar ''rentável'' há apenas dois anos. É muito difícil viver apenas de TCG nos cenários fora dos EUA e Europa. É impossível largar um trabalho com salário fixo e correr atrás de viagens para o exterior e jogar regionais e internacionais, ainda é uma utopia, o Pokémon não tem um peso do Magic.
Claro que é um sonho viver daquilo que você ama, mas a realidade é dura e você precisa ser realmente muito bom para isso.

Falando em família, o jogador tem um filho de seis anos e contou como ficou o TCG depois do nascimento da criança, e como a experiência o ajudou a manter o alto nível:

Cara, tem que fazer mágica. Não vou negar que as vezes não sei de onde eu arrumo tanta força, estudar, trabalhar e ainda ter um filho é complicado. Pokémon é um jogo teoricamente simples quando já tem uma rodagem, os jogadores mais veteranos pegam as novas coleções com mais facilidade que os novatos, isso é uma qualidade porque você  jogou vários formatos, então acaba se adaptando bem. 

Pelo fato de baixa renda ligada ao TCG e o surgimento de outras prioridades, como criar um filho, o TCG começa a ser tratado como segunda opção, Sonson falou se ele já pensou em largar as cartas para se dedicar 100% ao seu filho:

Um tempo atrás pensava nisso todos os dias, achava injusto gastar dinheiro com cartas, mas meu filho é um fã de Pokémon, então por incrível que pareça com apenas 6 aninhos, ele adora me ver jogar, acredito que daqui uns 5 anos teremos mais um brasileiro campeão mundial. 

Wallysson é um dos fundadores do TCG-MG e contou suas intenções ao fundar o time:

Queria elevar o nível de competição do Brasil e criar um histórico dos jogadores de Minas Gerais, criar matérias com teor diferente além das famosas listas copiadas, fizemos podcast, quadro com quase psicólogo, matérias para iniciantes. Só que muitos não sabem o trabalho que isso dá, o tempo para editar, testar lista, eram listas que eu usava em torneios, não pegava qualquer coisa da internet, isso consumia meu tempo todo e dos meninos, sem contar que muitas vezes tiramos do próprio bolso para manter o site em pé. É bem complicado, isso ninguém sabe. 

Além disso, Sonson falou um pouco sobre a profissionalização e a união grupo do TCG-MG:

Nós temos uma Equipe TCMG, ela não é profissional, ela não é do mesmo estilo da Bulldogs e Plus Power, mas desde 2015 que o time foi formado sempre colocamos vários jogadores no TOP e campeão de International, Regionais e Nacional. Claro, temos sorte de ter o Dyego Rathje(risos). Só que quando saímos para jogar fora do estado, ninguém é mais time A ou B, somos muito unidos, muitas vezes chamamos isso de Família porque realmente somos uma, saímos juntos, fizemos amizades que vamos levar para a vida toda.  

Agora que já sabemos mais sobre a vida pessoal do Wallysson, agora vamos focar no lado fã de Pokémon. Ao ser perguntado sobre qual a região preferida dele, ele optou pela nostalgia e escolheu Kanto:

Kanto. Saía mais cedo da escola para chegar correndo e assistir na hora do almoço. Lembro que passava na Cartoon Network também e ficava sempre assistindo, não tem comparação pra mim.

Com muita descontração, ele comentou qual o momento mais marcante da franquia para ele:

Eu adoro o episódio que o Pikachu quase abandona o Ash, já tinha caído algumas cebolas no meu olho e o suor masculino tinha escorrido, comecei a xingar ele porque deixaria mais um Pokémon e justo o principal? Não era justo para mim, só que o Pikachu volta e dá um no seu treinador, é fofinho vai. 

Sonson acompanha a franquia desde o começo e contou sobre como o Pokémon marcou a sua vida:

Acompanho desde o começo, sempre tive emulador de game boy, tive os decks da fóssil, joguei a base set. Acompanhava em todos os canais quando passava Pokémon, realmente é uma parte da minha vida e sou grato porque me deu vários amigos em todo o Brasil, sou um cara de sorte.  

Wallysson, assim como todo fã de Pokémon, tem sua tipagem e Pokémon preferido:

Gosto demais do Dragonite e do tipo dragão, meu personagem preferido era o Lance, achava os dragões imponentes demais, até hoje é o tipo que eu mais gosto.

Falando do universo TCG, o jogo de cartas possui diversas variações de deck como  aggro, control, setup, midrange e combo, Sonson falou o seu estilo de deck preferido:

Com certeza é o midrange. Os decks são ofensivos e defensivos, então ele não é um reta linear em que o oponente sabe exatamente como ganhar aquela partida, gosto de controlar a mesa, dar dois hits, gosto de deck que me faz pensar e sempre agir pensando em 1 ou 2 turnos adiante do adversário.  

Anos competindo em grandes competições e sendo um nome muito conhecido pelos outros jogadores, o entrevistado da vez conhece muita gente e falou que o cenário nem sempre foi flores e conta uma desavença que teve com um jogador:


Não gostava do César Lopes, campeão nacional de 2012, jogamos o top 8 nacional daquele ano e ele foi um verdadeiro babaca, naquela época tinha muita rixa de estados, mas como era de Minas Gerais e nem sabiam que tinham competitivo aqui, meio que me tratou com inferioridade, mas já passou, em 2015 jogamos, ele de Seismitoad-EX e eu de LnadBats(Landorus + Linha evolutiva do Zubat), ganhei de 2x0 dele, levantei da mesa e falei que tinha sido fácil, pronto, vingança completa. 
Hoje em dia damos super certo, já dormiu em casa quando teve regionais aqui, já saímos para beber, é um super do bem, adoro ele como pessoa e sinto falta de ver ele jogando os torneios, porque é um baita de um jogador. 

Em Sun e Moon, foi adicionado a franquia os Z-Moves, para refletir isso no TCG, a TPCi lançou o GX que se juntou com outras mecânicas como as cartas BREAK e EX. Wallysson falou um pouco sobre isso e comentou qual ele mais está gostando:

Estou apaixonado com os Pokémon GX, acho que se não fosse eles realmente eu teria parado de jogar. A ideia de ter um ataque muito forte e usar só uma vez faz com que partidas possam ser revertidas no momento que utilizou na hora certa, sem contar que fizeram as evoluções, então não é aquilo de um EX stage 2 sendo básico OP. 

Perguntado sobre novas mecânicas e cartas, o jogador falou sobre um possível ''problema'' em counterar habilidades no futuro:


Eu só quero meu bom e velho companheiro N. 
Acho que vai faltar no próximo formato algo para parar habilidade, saudades de quem ainda nem foi: Garbodor.

No próximo dia 24 acontecerá o campeonato mundial de TCG, claro que para todo fã de TCG as expectativas são grandes, pois uma competição desse quilate altera demais o meta, ainda mais com a coleção nova, a Celestial Storm.  

Wallysson falou um pouco sobre a expectativa em cima dos decks que podem aparecer no torneio:


Acredito que no day 1 aparecerá vários Rayquaza-GX, o hype está alto, deck aggro, linear, não precisa de um setup muito complicado, isso pode ajudar muito. Porém, no day 2 acredito que teremos decks mais técnicos, Zoroak com alguma coisa é sempre forte, então ele é minha aposta. 
Para mim o deck campeão não faz muita diferença, o que conta é quem está controlando, estou na torcida pelos brasileiros, acho que os que vão fizeram uma temporada maravilhosa, acho que pode dar zebra e dar Brasil 

Falando um pouco da Celestial Storm, a nova coleção do TCG, Sonson citou quais cartas ele acha que podem entrar no meta:


Gostei de algumas cartas como: Magcargo, Banette-GX, Stakataka-GX, Latias Prism e Shrine of Punishments. Tem outras que talvez serão mais usadas no próximo formato, é uma coleção boa, estava precisando disso.


Voltando um pouco para o cenário mineiro, a capital do pão de queijo está repleta de jogadores excelentes, mesmo assim o em uma competição nacional o nível ainda é superior, o jogador contou um pouco sobre essa diferença e como o TCMG ajuda em momentos de decisão no campeonato:

A qualidade dos jogadores é muito maior, decks bem construídos, sem conta a própria maratona, jogar um torneio grande pode demorar 10 horas, é complicado, exercitar a mente, comer algo leve, porque vai chegando num momento do campeonato que tudo vai se afunilando, jogadores vão ficando no caminho, obstáculos vão aparecendo e tem que ter um psicológico muito forte nessa hora.
Isso que é legal de ter uma TCMG como equipe, os amigos dão forças, te dão a mão quando perde, torcem por você, isso dá um gás maior. E mais uma vez sou sortudo de ter jogadores bons demais do meu lado, Dyego, Christian, Junio e André, treinar com esses caras é fora de série, sem contar nos outros que me ajudam sempre, sou muito grato a todos. 

Se o cenário mineiro está vivo e forte como está hoje, podemos colocar na conta de alguns jogadores e, principalmente, da grande rivalidade com o Gustavo Feral. Sonson falou um pouco desse momento:

Foi super importante, Feral é um cara fora de série, senti falta dele quando parou de jogar, tínhamos uma rivalidade muito limpa, treinei muito para alcançar o nível dele. Se hoje o Pokémon TCG vive em BH é devido a ele e aos demais que seguraram o jogo com amor, realmente foi amor. 
Então foi super sadia, faz bem para qualquer pessoa, sempre almeje ser melhor que o outro, só faça da maneira correta, sem pisar, sem denegrir a imagem, isso te faz melhor e faz com que o outro evolua também.  

Por mais que exija muita skill, o TCG as vezes depende muito da sorte, pois caso uma carta não encaixe na mesa, você não consegue começar/finalizar um combo e seu jogo fica travado. 

Perder uma partida pelo azar acaba abalando o psicológico de muitos, em forfun você pode parar de jogar e descansar por um momento, mas em campeonato um azar desses pode significar uma eliminação e/ou um emocional abalado, o jogador conta como se recuperar e conta caminhos para conseguir fugir dessa ''zica'':

É complexo, acho que o pior jeito de perder é pela ''zica'', por isso foco meus decks na consistência, quando se perde assim realmente fica mais doloroso, tento respirar fundo e analisar meus erros e o que posso fazer para melhorar a próxima. Sempre tentar mudar o estilo de jogo depois de perder, é algo que poucos jogadores sabem fazer.

Sonson falou um pouco de um deck que marcou a trajetória dele no TCG:



Durant em 2012. Era um deck barato na época, não usava o caríssimo Mewtwo-EX, então treinei bastante, ele me deu alguns tops na temporada e o primeiro top de jogador mineiro no nacional. Foi bem gratificante, acredito que tirei 100% do deck. Era mais novo, tinha mais tempo para treinar, foi bacana.

Como Sonson é um jogador muito experiente, vários novatos buscam aprender e absorver ao máximo os ensinamentos dele, então para finalizar, o jogador deu algumas dicas para quem está inciando:

Compre STALPES, canso de falar isso com a galera que está começando em Minas Gerais, compre cartas que estarão em todos os decks e o resto vira consequência.
O mais importante que falo para os meninos que cada um tem seu tempo no jogo, alguns desenvolvem seu jogo mais rápido, outros necessitam mais de tempo, treine leia e ouça os mais experientes.
Outro ponto importante é não ter medo de jogar torneios, só assim vai conhecer seus limites e é muito prazeroso quando se vê a evolução. 

Chegamos ao final da entrevista, espero que tenham gostado. Para os jogadores fãs de TCG, espero que tenham aprendido algo lendo o post.  

Pedimos que caso conheçam alguém que tenha disponibilidade e perfil para uma entrevista, encaminhe o contato para gente(através do inbox da página ou email). 

Mais uma vez, quero agradecer ao Henrique, um dos redatores do site, por me ajudar na montagem do questionário.

Sobre Rodrigo Mantovani
23 anos, Itabirito-MG, fissurado por games e eletrônicos desde pequeno. Acredita em excentricidades e é apaixonado por séries/livros/filmes de ficção. Sua paixão por Pokémon vem desde de seus 7 anos e adora todos os Pokémon, cada tipagem tem um lugar reservado no seu time.
Redes: Twitch | Instagram

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