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Incoerências do Ash: Capturas e Recuperações


Olá, Thunders!

Para o quarto tema dessa série de posts, o atual foi escolhido por, mais uma vez, haver a típica comparação entre o Ash e o Red, que são, em essência, o mesmo personagem.

Gostaria que dessem uma chance ao entendimento do conteúdo e à explicação, que, apesar de não ser uma resposta oficialmente passada por alguém por trás do anime, está fundamentada com a lógica aparente da franquia. Além disso, a intenção não é mostrar que todos devem gostar do personagem, apenas que alguns argumentos usados contra ele não se sustentam.


Pokémon Recuperados



Antes de tudo, acho importante frisar que os Pokémon capturados em Kanto e nas Ilhas Laranja trazidos de volta em Johto não contarão como recuperações, visto que as duas regiões e o arquipélago se enquadram dentro da série original. Também não serão considerados retornos as aparições sem transferência da Pokébola, como é o caso do Kingler em "O Lugar Certo e o Mime Certo", episódio no qual apenas foi visto no laboratório do Professor Carvalho.


Os primeiros a retornarem à equipe do Ash foram Bulbasaur, Charizard e Squirtle, em "Reunindo a Gangue dos Quatro" e "Passo - A Fronteira Final". No primeiro episódio, o treinador reuniu os três inicias novamente com a intenção de acampar e treinar para que finalmente vencesse o Rei da Pirâmide Brandon, que já havia o derrotado duas vezes, o que o fez acreditar que seriam os seus primeiros Pokémon os ideais a darem a ele essa vitória, além de terem recordado de nostálgicos momentos do passado. E, no segundo, a grande batalha ocorreu, com o Charizard eliminado pelo Dusclops, que foi derrotado pelo Bulbasaur; Squirtle desclassificou Ninjask, mas perdeu para um Solrock, o qual empatou com o inicial de grama; e a batalha decisiva foi entre Pikachu e Regice, que rendeu o triunfo do herói de Pallet.

Um pouco antes de aparecer com os seus companheiros iniciais, Charizard já havia retornado nos episódios "Articuno, O Número Um" e "O Símbolo da Vida", nos quais voltou para ser usado por Ash em seu primeiro Desafio da Fronteira, contra o Chefe da Fábrica Noland e o seu amigo Articuno. Apesar de difícil, o treinamento árduo do dragão permitiu o seu treinador vencer a batalha e ganhar o Símbolo da Sabedoria. Além disso, em "Uma Reunião Acalorada", o Pokémon retornou para a equipe do Ash em Unova, seguindo junto a ele até ser deixado no laboratório do Professor Carvalho durante o episódio "O Sonho Continua", último antes de o herói partir para Kalos.


Nos episódios sequenciais "Falando Sobre um Bom Jogo" e "O Charme da Segunda Vez", um dos 30 Tauros foi usado na batalha contra o Cérebro da Fronteira Anabel. No primeiro, assim como Corphish, ele é facilmente derrotado por um Alakazam; por isso, no segundo, diante da derrota, Ash fez um divertido treinamento com o mesmo trio que usou na primeira vez, para fortalecê-los, e volto a utilizar Tauros, que empatou com um Metagross. Com a conquista do Símbolo da Habilidade, o Pokémon touro retornou para o laboratório.


Primeiramente, o Snorlax reapareceu na equipe do protagonista em "Roda da Fronteira", quando foi escolhido para batalhar, logo após Grovyle, contra o Cérebro da Fronteira Greta. Nessa luta, o inicial de grama perdeu para um Hariyama, mas o Pokémon dorminhoco, mesmo que em desvantagem, derrotou ele e um Medicham, de modo a dar ao Ash o Símbolo da Coragem.

Em "Uma Antiga Combinação de Família", é um dos cinco Pokémon que o Ash recebeu do Professor Carvalho, com a pretensão de treiná-lo, e foi perdido, graças a Equipe Rocket, até que o seu treinador o encontrou comendo em um refeitório. No mesmo episódio, durante uma luta contra o trio de vilões, ele foi escolhido para enfrentar o robô que usava, mas estava dormindo. Seguidamente, foi usado em "A Vitória do Paul Sobre o Barry", aonde derrotou um Grumpig com o ataque Pancada Corporal e permitiu ao protagonista que passasse para o terceiro round da Liga Sinnoh.


Bayleef e Muk retornaram no episódio "Uma Antiga Combinação de Família". O primeiro foi um dos cinco Pokémon inicialmente resgatados pelo Ash e perdidos, mas fez questão de ficar ao seu lado, fora da Pokébola, ao encontrá-lo e ajudou na batalha contra a Equipe Rocket. Já o segundo apareceu em uma sequência de cenas que mostrou outros Pokémon que o protagonista havia recuperado para o treinamento, porém, nenhum dos dois foi visto sendo usado na Conferência do Lírio da Ilha Valley (Liga Sinnoh).


Outros Pokémon que retornaram em "Uma Antiga Combinação de Família" foram Corphish e Totodile, que foram dois dos perdidos pela Equipe Rocket, mas ficaram juntos, próximos a uma fonte de água, aonde foram achados por Ash e recuperados. Posteriormente, Cyndaquil também foi mostrado como um dos desaparecidos e, junto aos dois de água, Bayleef, Pikachu e Piplup; derrotou o trio de vilões, o que rendeu uma evolução para Quilava.

Quilava fez a sua participação da Conferência do Lírio da Ilha Valley no episódio "Liga Descontrolada", no qual empatou com o Armaldo do Nando, em uma dupla eliminação. Já Corphish e Totodile não foram mostrados participando da Liga Sinnoh.


Ao visitar o laboratório do Professor Carvalho, antes da Batalha da Fronteira, no episódio "O Lugar Certo e o Mime Certo", Phanpy pediu para se juntar ao Ash e, assim, seguiu com ele durante toda a temporada. Em "Invertendo as Cargas", ele evoluiu para Donphan, enquanto lutava contra um robô da Equipe Rocket, e voltou para o laboratório em "O Lar É o Início de Tudo", antes que o seu treinador partisse para Sinnoh.

No fim do episódio "Uma Antiga Combinação de Família", Noctowl foi mostrado voando, enquanto Donphan rolando, em um treinamento para a Liga Sinnoh. Porém, somente em "Trabalhando o Movimento Certo" que realmente participaram da conferência, na qual a coruja batalhou contra um Shuckle, mas deu espaço para que o elefante assumisse, apesar de necessitarem da ajuda de um terceiro. Quando Gible derrotou o primeiro oponente, a ave regional de Johto enfrentou e derrotou Lickilicky, mas ela e o Donphan foram derrotados pelo Dusknoir do Conway, o que exigiu a participação do pequeno Dragão novamente. Após isso, alimentam-se como forma de compensar o confronto cansativo.


Heracross foi recuperado pela primeira vez no episódio "Uma Explosão de Opinião", no qual se juntou a Sceptile e a Swellow na batalha contra o Cérebro da Fronteira Spenser. Em específico, ele batalhou contra um Venusaur, devido a ter vantagem de tipo, contudo, perdeu para o adversário ao receber um Raio Solar. Ainda assim, Ash se saiu campeão e conseguiu o Símbolo do Espírito com a ajuda desses Pokémon.

Heracross foi mais uma vez utilizado em "Liga Descontrolada", durante a primeira etapa da Liga Sinnoh, na qual derrotou o Kricketune do Nando com o movimento Megachifre e fez o seu treinador passar para a luta entre os 32 restantes. Ainda na conferência, no episódio "A Fronteira da Semi-Final", ele foi o primeiro Pokémon escolhido pelo Ash para lutar contra o Darkrai do Tobias, mas foi facilmente derrotado pelo ataque Devorador de Sonhos. Então, Sceptile que se tornou o responsável pela derrota do Mítico, através de um Lâmina de Folhas, porém, foi nocauteado por um Gigaimpacto do Latios, Lendário responsável por também eliminar o Swellow com o Brilho Purificador.


Glalie e Torkoal foram recuperados em "Uma Antiga Combinação de Família", episódio no qual apareceram treinando e, respectivamente, congelando e descongelando o protagonista. O primeiro apareceu durante a preparação para a luta contra o Conway em "Trabalhando o Movimento Certo", apesar de o treinador ter decidido não o usar na batalha, posteriormente; enquanto a tartaruga foi o segundo Pokémon a batalhar contra o Darkrai do Tobias no episódio "A Fronteira da Semi-Final", eliminado pelo movimento Pulso Sombrio.


Destaque Equilibrado


O Anime é uma das variadas formas de divulgação dos jogos da saga principal, apesar de não servir exclusivamente para isso. Portanto, com a chegada de uma nova região, o ideal é que os novos Pokémon tenham destaque, algo que inclusive explica o Ash não costumar capturar criaturinhas dos outros locais se não o que está presente no exato momento do ato. Assim, mercadologicamente falando, não é viável dar foco aos companheiros do protagonista que já não são mais novidade para os telespectadores.

Para além da questão publicitária, existe o direito de tela de cada Pokémon do Ash. Na série original, por exemplo, as capturas de Kanto roubaram muito a cena em diversos momentos em Johto, principalmente por serem muitas criaturinhas para serem desenvolvidas ao mesmo tempo, detalhe esse que pode ser o responsável pela não evolução total dos iniciais da segunda geração, visto que o treinador esperava por isso. A partir de Hoenn, os Pokémon do Ash deixaram de estar sempre sendo utilizados e o foco passou a ser nos da região em que protagonista estava, mais justo para o progresso das novas equipes.

Ainda assim, tanto na Batalha da Fronteira, quanto em Sinnoh, Ash fez diversos resgates para batalhas específicas, algo que agradou bastante os fãs, porém, além de tirar o destaque da atual equipe, ainda reduziu eles há uma análise rápida do seu desempenho diante de toda a região. Isso se justifica por, por exemplo, os retornos em Sinnoh terem feito Torterra ser visto como Pokémon muito fraco e Infernape um muito forte do herói, por participarem somente de uma batalha da liga, na qual o primeiro perdeu e o segundo saiu vitorioso. Diante disso, é possível ver que, apesar de os retornos para a liga serem muito bons em questão de inovação, nostalgia e estratégias; também limitam a performance dos Pokémon da atual equipe, que ou serão todos vitoriosos para não serem taxados como fracos, por terem que participar de uma única batalha completa, ou perdedores por não derrotarem nenhum oponente na conferência final.

Uma boa contraparte para isso ocorreu em Alola, região na qual Lycanroc foi vitorioso na primeira batalha dele, mas, na partida de exibição contra o Professor Nogueira foi eliminado sem que derrotasse nenhum rival, ou seja, foi possível ver diferentes desempenhos do mesmo Pokémon, que não foi reduzido a uma única batalha que definiria se treinou o suficiente ou não para a liga. Ainda na sétima geração, vale lembrar da vitória do Melmetal apenas na sua segunda luta da conferência, contra um Empoleon, e, em Kalos, Hawlucha, que também só ganhou em sua segunda batalha, ao enfrentar Weavile.

Ainda é destacável o argumento "determinado Pokémon só está mofando no laboratório do Professor Carvalho". Para cada fã, um monstrinho diferente do Ash deveria retornar e, se cada um deles voltasse, tomariam quase que completamente o espaço dos novos, sem falar que, se apenas alguns retornassem, ainda assim haveriam críticas negativas por "favoritismo". Então, torna-se muito fácil argumentar sem uma solução plausível e bem fundamentada. Por outro lado, mediante a temática do "novo anime", surge uma grande possibilidade de recuperações serem feitas de uma forma que faria bastante sentido, por o protagonista revisitar regiões passadas, o que significa que os Pokémon que possui pertencentes a cada uma poderão voltar a ganhar um pouco de foco.


Capturar Todos


No episódio "Pokémon, Eu Escolho Você", Ash deixou claro que possuía o desejo de capturar todos os Pokémon, tanto que Kanto foi a região na qual pegou mais espécies diferentes. Porém, essa foi uma concepção modificada com o passar do anime devido a, caso essa pretensão de ter todos fosse seguida, limitação a dois distintos enredos que julgo não serem muito interessantes.

A clássica comparação com a sua versão dos jogos, o Red, é um grande fator que leva os fãs a questionarem porque o Ash não fez o mesmo e saiu capturando todos. Argumento, no mínimo, contraditório, já que, geralmente, os mesmos telespectadores que reclamam sobre a baixa quantidade de recuperações por os Pokémon "mofarem no laboratório do professor" pedem para que o protagonista do anime seja igual ao dos jogos e simplesmente capture todos para deixá-los guardados no mesmo laboratório. Seria essa a primeira possibilidade de enredo, na qual o herói teria todos os monstrinho, entretanto, a gritante maioria não teria desenvolvimento, foco ou uma personalidade marcante, por serem muitos para que se fizesse uma distinção específica.

Para a segunda possibilidade de roteiro, Ash teria que fazer constantes trocas, para que pudesse usar todos os que capturasse, mas voltaria ao mesmo problema da outra versão, com pouquíssimo desenvolvimento para cada Pokémon, pouco foco e personalidades rasas ou repetitivas. Além disso, seria mais difícil que os telespectadores se apegassem aos monstrinhos e que os Pokémon se tornassem fortes para as lutas de ginásios e as ligas, pois receberiam pouco treino com o intuito de que nenhum ficassem sem o tempo para se fortalecer um pouco, pelo menos. Ainda, nesse caso, a recuperação de antigos Pokémon em regiões novas beiraria a impossibilidade.

Contudo, o personagem Go traz uma importante modificação, pois, ao que tudo indica, o Ash continuará não querendo capturar todos os Pokémon, mas o seu novo parceiro sim. Ainda não se sabe ao certo se os roteiristas permitirão que o novo companheiro de viagem do herói realmente consiga realizar esse sonho, ou apenas conseguirá uma boa quantidade de cada região, mas o que se espera é que não tenham feito toda uma construção com o treinador de Pallet para desfazê-la com um novo protagonista em, possivelmente, três anos de uma nova série.


Conclusão


As recuperações dos antigos Pokémon são acontecimentos muito divertidos no anime, no entanto, elas são extremamente prejudiciais para o avanço dos atuais do Ash. Quanto mais duradouro o tempo desse retorno para a equipe, maior o impacto causado, como foi a volta do Charizard para Unova, algo que, talvez, se não houve ocorrido, poderia ter permitido uma evolução do Pignite para Emboar. Sem esses acontecimentos, os novos monstrinhos criados ganham tanto destaque como tiveram os das regiões anteriores, seja para fins de divulgação ou para um maior tempo de progresso deles.

Sobre a captura de todos os Pokémon, tirar esse objetivo do Ash foi muito plausível, o que casa com os motivos da raridade das recuperações, por serem muitas criaturinhas para desenvolver, de modo a reduzir o destaque de todos, ou as deixar esquecidas no laboratório do Professor Carvalho, que entraria em contradição com o pedido dos retornos. Talvez essas duas concepções sejam muito trabalhadas agora, no novo anime, com o Ash a exercer o papel das recuperações e o Go o de todas as capturas.

Por fim, devido às voltas de Pokémon do Ash ser algo muito apreciado pelos fãs, ainda que traga problemas para o enredo do anime, a opção ideal são os retornos sem serem por transferência, como é o caso das visitas do protagonista ao Professor Carvalho. Essas idas ao laboratório poderiam ocorrer com mais frequência e dar maior visibilidade para os Pokémon do herói, visto que em Alola a atenção foi voltada apenas para os de Kanto, e em Kalos nem foram mostrados. Outra possibilidade é até voltarem para a equipe, mas em situações de menos destaque, deixando que os ginásios e a liga ficassem para a equipe atual do treinador.


Obrigado pela leitura! Particularmente, amo os retornos dos Pokémon do Ash, mas entendo isso não ocorrer com tanta frequência, principalmente nas ligas. Qual foi o seu retorno preferido? E qual Pokémon gostaria de ver voltando no novo anime, independente do enredo e das evidências do pôster?


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Sobre Ersj
anos, Recife-PE, tem Pokémon como a sua franquia preferida desde os 7 anos. Sua mídia favorita é o anime, seguida dos jogos da saga principal e de Pokémon Go. Ama livros e séries, principalmente de fantasia; os filmes que mais assiste são animações, e “Imagine Dragons” é a banda pela qual tem maior apreço. Seu Pokémon predileto é o Pikachu e seu maior sonho é se tornar um escritor.
E-mail: ersj@pokemothim.net

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